Um
documentário sobre o Calabouço, o Restaurante Central dos Estudantes, que em
1968 foi o cenário onde se desenrolou o estopim das grandes manifestações
estudantis que abalaram a ditadura instalada em abril de 1964 no Brasil, está
em fase de finalização. Na tarde do dia 28 de março, o local estava
repleto de estudantes secundaristas que reivindicavam a conclusão das obras do
restaurante e melhorias na alimentação, quando foram reprimidos com violência
pela Polícia Militar. Um tiro dado à queima roupa matou o jovem estudante Edson
Luís, cujo corpo foi velado na antiga Assembleia Legislativa, que funcionava
onde hoje é a atual Câmara de Vereadores, na Cinelândia, no centro do Rio.
O
documentário é o primeiro resultado da ideia que nasceu de um grupo de
companheiros e militantes históricos que participou do episódio, entre eles o
veterano Geraldo Sardinha, o advogado Paulo Gomes, o presidente da Frente Unida
dos Estudantes do Calabouço (FUEC) Elinor Brito, Edilberto Veras, o Ceará, Adai
(Sorriso), Dirceu Abreu, Leite, a então estudante Zulmira entre outros. Com
depoimentos de personalidades que despontaram na época, como Vladimir Palmeira,
na época presidente da UME (União Metropolitana dos Estudantes), o músico e
compositor Sérgio Ricardo, o fotógrafo Evandro Teixeira, a então estudante e
hoje jornalista Dulce Tupy e outros, o filme resgata a memória do movimento
estudantil que detonou o processo de manifestações de massa que desembocaram na
famosa Passeata dos Cem Mil.
Com cerca
de 1 hora de duração, o documentário é dirigido pelo cineasta e documentarista
argentino-brasileiro Carlos Pronzato, autor de vários filmes sobre
manifestações populares no Brasil e América Latina. Produzido por La Mestiza
Audiovisual, com apoio do Instituto Rede Democrática (IRD), a estreia do filme
está prevista para ocorrer em março, no contexto das comemorações dos 50 anos
do Golpe de 64.
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